Os Celulares Não Tornam Seus Filhos Mais Inteligentes

À medida que as crianças retornam à escola, muitas instituições proíbem a entrada de telefones celulares nas salas de aula, preocupadas com o impacto dos celulares no aprendizado. Propostas de legislação para banir esses dispositivos surgiram em várias cidades e estados, após estudos sobre os impactos dos celulares na vida escolar dos estudantes. De acordo com o National Center for Education Statistics, a maioria das escolas já possui políticas que proíbem o uso de celulares para fins não acadêmicos. Kara Alaimo, professora de comunicação na Fairleigh Dickinson University e autora do livro “Over the Influence: Why Social Media Is Toxic for Women and Girls”, discute as implicações desse uso.

Os pais frequentemente questionam essas políticas. Eles desejam ter a capacidade de contatar seus filhos em emergências, como em casos de tiroteios escolares. No entanto, pesquisas sugerem que não é apenas uma boa ideia que as crianças coloquem seus celulares de lado durante as aulas; elas não deveriam levá-los para a escola em absoluto.

O Impacto dos Celulares no Aprendizado

Cerca de 97% dos jovens de 11 a 17 anos usam seus telefones durante o horário escolar. Eles gastam, em média, 43 minutos com seus dispositivos, conforme um estudo da Common Sense Media realizado em 2023. Quando as crianças verificam seus celulares entre as aulas ou durante o intervalo, elas se distraem com o que estão vendo nas telas. Isso resulta em menos tempo para interagir, brincar ou passar tempo com os amigos. Consequentemente, essa distração não é saudável.

Jonathan Haidt, psicólogo social, observa em seu livro “A Geração Ansiosa” que uma das atividades mais importantes para os jovens é brincar com seus pares. Além disso, ao interagir, eles aprendem a lidar com dinâmicas sociais e desenvolvem habilidades essenciais. Essa prática os ensina a enfrentar desafios futuros, ajudando a proteger contra a ansiedade. Portanto, o impacto dos celulares no aprendizado vai além da sala de aula.

Os Celulares e o Desempenho Acadêmico

Os smartphones também prejudicam o aprendizado na sala de aula. Uma pesquisa do Pew Research Center em junho indicou que 72% dos professores de escolas públicas afirmam que as distrações causadas pelos celulares são um grande problema. Assim, se as crianças espiam seus celulares, não conseguem prestar atenção no que devem aprender. A evidência mostra que o cérebro humano não consegue realizar múltiplas tarefas simultaneamente; ele se concentra em uma atividade por vez.

Um indicativo de que os alunos não estão aprendendo tanto quanto aprendiam na era pré-smartphone é a queda nas notas do ACT. Por exemplo, no ano passado, as pontuações do ACT atingiram o nível mais baixo em mais de 30 anos, segundo a organização responsável pelo exame. Como professor que leciona em cinco universidades desde 2010, testemunhei essa tendência. Notavelmente, quando comecei a lecionar, antes da ubiquidade dos smartphones, muitos alunos demonstravam melhor concentração e capacidade de trabalhar com textos longos do que os estudantes de hoje. Essa situação evidencia o impacto dos celulares no aprendizado e reforça a necessidade de repensar sua presença nas escolas.

É fácil imaginar como as crianças reagiriam se solicitássemos que deixassem seus celulares em casa. Em geral, elas prometeriam não checar os dispositivos durante o dia escolar. Contudo, é irrealista esperar que resistam à tentação de olhar para produtos projetados para serem viciantes. O adolescente médio recebe 237 notificações por dia, sendo que um quarto delas ocorre durante o horário escolar.

Portanto, enviar crianças para a escola sem smartphones as obriga a se concentrar no que acontece ao seu redor. Essa é uma habilidade importante a ser desenvolvida.

A Falsa Segurança dos Celulares

Além disso, a ideia de que ter um celular torna as crianças mais seguras muitas vezes é um mito. Os telefones podem ser distrações perigosas para os adolescentes. Por exemplo, em uma palestra em uma escola particular, a psicóloga escolar mencionou que vê frequentemente alunos saindo da escola olhando para as telas. Portanto, os celulares podem provocar emergências.

Na maioria dos locais dos Estados Unidos, se as crianças enfrentarem uma crise ao voltarem para casa, haverá negócios e pessoas dispostas a permitir que façam chamadas para seus pais.

Além disso, muitos pais desejam contatar seus filhos em caso de tiroteios escolares, mas as crianças estarão mais seguras se permanecerem quietas e focadas nas instruções dos administradores escolares ou das autoridades.

Experiências Perigosas Online

As crianças frequentemente têm experiências extremamente perigosas em seus celulares. Um relatório da Thorn, uma organização sem fins lucrativos que combate o abuso sexual infantil, revelou que 59% dos jovens relataram experiências online potencialmente prejudiciais. Além disso, um em cada três menores e um em cada cinco pré-adolescentes relataram ter vivenciado experiências sexuais online com alguém que acreditavam ser um adulto.

Alternativas ao Uso de Smartphones

Permitir que os filhos levem celulares para a escola pode facilitar a coordenação de atividades, como os encontros após as aulas. Assim, se as crianças realmente necessitam de um celular para se comunicar com os pais, uma opção recomendada é um celular flip. Esse dispositivo permite enviar mensagens ou realizar chamadas, mas não acessar redes sociais.

Impacto dos Celulares no Aprendizado

Em suma, enviar crianças para a escola com smartphones é improvável que as torne mais inteligentes ou seguras. Na verdade, é mais provável que as distraia e impeça a concentração no aprendizado.

Sem um celular, as crianças podem focar em interagir com seus pares, aprender e estar plenamente presentes em seu ambiente. Isso é fundamental, em vez de competir por atenção com influenciadores e memes da internet.

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